quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

paixão doentia



De manhã quando acordo, ela já está em cima. Quando vou dormir, está à minha espera na cama, sedenta e ansiosa.

Luto em vão durante a noite para resistir às suas insaciáveis investidas, que me cansam sem chance de descanso.

Me persegue pela casa, em cada cômodo, a qualquer hora, obcecada por mim.

Louca, sobe pelas paredes, se pendura no ventilador de teto e paira sobre mim faminta.

Quando finalmente me tem, gruda sua boca em mim com delicadeza e discrição, sem se importar com a humilhação de, às vezes, eu nem percebê-la, xingá-la ou tratá-la com violência física.

Sem respeito próprio, se submete a essa agressão moral, porque não controla o desejo pelo meu corpo, da testa ao dedão do pé.

Depois de satisfeita, vai e deixa sua marca para eu lembrar dela. E, sempre que lembro, tenho vontade de tê-la nas mãos e esmagá-la.

Seria melhor para todo mundo se ela fosse como o macho da espécie dela, que se alimenta de seiva das florezinhas, mas as fêmeas de aedes aegypti gostam mesmo é de sangue quente.

3 comentários:

Anônimo disse...

Bem Legal Alexandre .
Gostei rsrs'
Paixão Doentia , é uma LOUCURA. kkk

Beijos , Gabi Catanho.

Gomes disse...

Muito bom, no começo pensei que tivesse falando de uma cadela, porque é da maneira que eles agem.

Muito bom, para bens!!!!!!

Helinho disse...

Definitivamente, vc é muito louco .... kkkkkk mas me amarro nas viagens aqui! rsss